domingo, 16 de fevereiro de 2003

É, meu plantão não foi muito bom. Ia tudo bem até que chegou uma paciente com dor e mais 3 acompanhantes estressados.

Claro, apesar da pressão não passei ela na frente na fila. Em teoria todos os pacientes que vão à um PS de ortopedia têm dor, e a intensidade de dor é subjetiva, depende de cada um. Não é critério de gravidade para passar ninguém na frente.

Quando a atendi (diga-se que foi em menos de 15 minutos, já que só havia um paciente na frente dela), ela expôs o problema e eu comecei a achar que o problema não era ortopédico. Mas ela queria que eu administrasse a medicação que ELA queria.

SE eu tivesse feito o que ela queria eu teria gastado 10 segundos escrevendo e ela iria embora contente. Mas achei melhor tentar fazer algo melhor, queria que ela passasse no clínico antes para avaliação e, quem sabe, um tratamento melhor do que aquele que ela estava acostumada.

Foi como se eu tivesse dito uma barbaridade. Os acompanhantes se descontrolaram, começaram a EXIGIR que eu prescrevesse o que eles queriam, etc. Claro, aí é que eu não fiz mesmo, e mandei que parassem de exigir e que baixassem o tom de voz, afinal minha relação profissional era com a paciente, não com os acompanhentes.

Aí começaram a gritar, a me agredir, me mandavam "rasgar meu diploma"... Foram embora, os atendentes convenceram ela a ir até o clínico, como eu havia proposto.

Não cometi nenhum erro. Sempre estive dentro dos limites éticos do código de ética médica. Só queria que a paciente tivesse um tratamento melhor do que eu poderia oferecer.

Apesar de ter certeza de que eu estava certo, detesto discussão.

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