sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

Estou cansado... Com sono... Mas resolvi acessar a net hoje.

Não parei de trabalhar nesta semana, e amanhã ainda tem mais.

Ainda bem que um feriado vem aí.

Estou pensando em ir em uma balada de 4 dias no interior. Mas, para isso eu tenho que resolver uma série de problemas com um plantão que eu tenho no sábado, ir ou não ir com meu carro, arranjar uma barraca de camping, etc... Tudo isso tenho que resolver amanhã.

Mas, como estou bem afim de ir, acho que vou, he he he.

domingo, 23 de fevereiro de 2003

Passei o dia quase todo dormindo. Pensando na vida nos momentos em que acordava empapado de suor.
Hoje fui no casamento do Newton, um dos meus amigos residentes de ortopedia. Não foi cheio de acontecimentos inusitados como o casamento do Batata que eu descrevi aqui nos primeiros tempos deste blog (lá em junho de 2002, não lembro bem a data). Mas foi legal. Ele é meu colega de turma desde a Faculdade, mas durante a graduação não tivemos praticamente nenhum contato. Também, são 180 alunos por ano que entram na Medicina da USP, não dá para ser amigo de todos.

Estou hoje há 53 dias sem fumar. E hoje foi um dos dias que mais me deu vontade graças a combinação cerveja + muitos salgadinhos gordurosos + docinhos + fumantes próximos.

Há, fiz uma reavaliação física na academia que mostrou que a quantidade de gordura corpórea que eu tenho é de 15,3%, sendo o ideal 14%... Esse pequeno excesso deve estar todo na barriga, pois a avaliação mostrou também que meu estado cardio-vascular é bom, minha força muscular dos braços é boa, flexibilidade razoável (normal para um homem, de acordo com o professor), mas a força dos abdominais é fraca... Aí ele mandou eu fazer mais abdominais. Triplicou as repetições e a dificuldade do movimento, porque mandou eu ficar com os pés para cima. Vamos ver se agora eu me livro do "pneu", he he he

Vou mudar de estágio de novo lá no hospital. Vou passar 6 semanas num grupo beeem trabalhoso... Foda... Adeus grupo de ortopedia infantil onde tudo era bom... Agora só trabalho, trabalho e mais trabalho...

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

O tempo está passando de novo como naquele filme do dia da marmota, que tem título em português como "o feitiço do tempo". O título em português é muito mais explicativo, mas menos legal... É a história de um homem que acorda sempre no mesmo dia, tendo de recomeçar sempre as mesmas coisas.

É meio que a impressão que eu tenho. Meus dias começam todos iguais. No hospital eu já não tenho surpresas para encontrar... Talvez seja um dos sinais que eu já não tenha mais tanto a aprender por lá, preciso de novos desafios.

Quando iniciei a Faculdade tudo era novidade. Agora nada mais é novidade. Ah, cada paciente tem um caso diferente, uma história de vida diferente, níveis de sofrimento diferentes e tal... Mas como um médico "moderno" não há tempo de me interessar nesse nível nos casos dos meus pacientes.

Trato de doenças, não de doentes.

Acho que está aí a raiz do problema. As doenças são sempre iguais, os doentes é que são diferentes. Isso talvez explique porque um tratamento dá certo com uns e não dá certo com outros.

Não posso dizer que descobri isso agora. Na Faculdade sempre batiam nesta tecla: para ter uma visão holística (total) do paciente, não ver só uma parte. Mas só agora percebo a real importância destas palavras.

Mas na residência não há como ser diferente. Não há tempo. Não há estrutura. Centenas de pacientes são atendidos por dia, só na ortopedia. Não é possível dedicação "holística" para todos eles.

Um dia isso deve ser mais fácil. No futuro, quando eu tiver apenas alguns pacientes para atender (não centenas), talvez eu encontre mais satisfação no que eu faço.

Ou será que tenho que tentar mudar isso agora? (Só não sei como...)

domingo, 16 de fevereiro de 2003

Bom, ainda falando sobre o post sobre a consulta do meu último plantão: eu também errei. Perdi meu controle e parti para a discussão. Não sou muito de ter acessos de ira, mas me descontrolei... Sou conhecido por ser uma pessoa calma e controlada, mas naquele momento... Ninguém me reconheceria.

Nem eu mesmo me reconheci.

Talvez seja a falta do cigarro. Hoje completo 47 dias sem fumar.

Mas, juro, só queria fazer o melhor. Mas tenho que entender que nem todos tem a capacidade de entender isso.

Você é louco? por Alito
É, meu plantão não foi muito bom. Ia tudo bem até que chegou uma paciente com dor e mais 3 acompanhantes estressados.

Claro, apesar da pressão não passei ela na frente na fila. Em teoria todos os pacientes que vão à um PS de ortopedia têm dor, e a intensidade de dor é subjetiva, depende de cada um. Não é critério de gravidade para passar ninguém na frente.

Quando a atendi (diga-se que foi em menos de 15 minutos, já que só havia um paciente na frente dela), ela expôs o problema e eu comecei a achar que o problema não era ortopédico. Mas ela queria que eu administrasse a medicação que ELA queria.

SE eu tivesse feito o que ela queria eu teria gastado 10 segundos escrevendo e ela iria embora contente. Mas achei melhor tentar fazer algo melhor, queria que ela passasse no clínico antes para avaliação e, quem sabe, um tratamento melhor do que aquele que ela estava acostumada.

Foi como se eu tivesse dito uma barbaridade. Os acompanhantes se descontrolaram, começaram a EXIGIR que eu prescrevesse o que eles queriam, etc. Claro, aí é que eu não fiz mesmo, e mandei que parassem de exigir e que baixassem o tom de voz, afinal minha relação profissional era com a paciente, não com os acompanhentes.

Aí começaram a gritar, a me agredir, me mandavam "rasgar meu diploma"... Foram embora, os atendentes convenceram ela a ir até o clínico, como eu havia proposto.

Não cometi nenhum erro. Sempre estive dentro dos limites éticos do código de ética médica. Só queria que a paciente tivesse um tratamento melhor do que eu poderia oferecer.

Apesar de ter certeza de que eu estava certo, detesto discussão.

sábado, 15 de fevereiro de 2003

A festa ontem foi ótima. Muita música, muitos velhos amigos, muitos novos amigos... Música eletrônica, rock ou até um jazz... Podia até escolher.

Foi muito legal, me diverti a noite inteira e cheguei em casa com o dia claro. Fazia tempo que eu não fazia isso, estava precisando "renovar" essas energias.

E saí com promessas de baladas ainda melhores no futuro!!

Bom, o chato é que fiquei sem ir na despedida de solteiro de um outro amigo meu. Na minha programação eu iria nas duias baladas, mas como, ãh, exagerei na primeira, não tinha condições de ir na segunda.

Ai ai, daqui a pouco vou trabalhar. Queria ficar aqui em casa dormindo, mas vou ter que trabalhar. Mas tudo bem, depois da balada de ontem já estou mais relaxado, com mais fé no futuro.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

Hoje esfriou... Acho que a frente fria conseguiu vencer a massa de ar quente. O tempo está jóia!!!

Estive lendo um dos blogs dos meus "amigos virtuais" (expressão mais boba, não?) e me identifiquei muito. Ele estava falando que a vida dele daqui a dez anos deve ser a mesma que ele tem agora... Me senti bem parecido... Como se meu destino já estivesse "traçado", nada vai me surpreender.

Num passado distante, em 1994, escolhi fazer medicina porque achei que nunca iria cair na monotonia. Hoje eu sei que não era bem assim. Gosto de ser médico, mas acho que ia gostar de fazer muitas outras coisas também, que o fato de ser médico não me permite. Ser médico é quase um sacerdócio, vc tem que se dedicar quase exclusivamete para isso. Espero que quando eu acabar a residência e for um profissional completamente formado eu consiga melhorar. Quando eu sair da segurança da linha escola-colégio-faculdade-residência... E cair sob minha própria responsabilidade.

Talvez tivesse sido melhor se eu não tivesse passado direto do colégio para a faculdade. Teria tido tempo de pensar melhor em que eu queria. E teria sido ainda melhor se eu não tivesse passado direto da faculdade para a residência.

Talvez eu fizesse as mesmas escolhas. Mas saberia que tinha pensado bastante. Não teria agido por impulso, como eu sempre fiz.

É... estou cheio de dúvidas. Duvidas sobre o que eu quero para o futuro.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2003

Meu, o calor está muito, muito grande. Está se tornando insuportável a vida de roupa!!! Queria ficar o dia inteiro na borda de alguma piscina!!! Ai, como ia ser bom!!!! Pelamordedeus!

Mas nãããão... Quis ser médico, olha no que deu... he he he.

Fora o calor, tudo bem. Segunda-feira eu fui no aniversário do meu amigo, apesar de não gostar do lugar, fui porque gosto bastante dele. Voltei "relativamente" cedo.

domingo, 9 de fevereiro de 2003

Comprei algumas roupas no shopping Iguatemi com a minha amiga. Não tenho muita paciência de ficar experimentando roupas em todas as lojas que aparecem, mas eu estava sendo FORÇADO a isso... Uma violência... Mas, enfim, comprei umas roupas e gastei uma grana.

Mas a melhor compra foi um tênis, que foi paixão à primeira vista quando vi na vitrine, e quando experimentei, então... PQP!! Muito macio... TIVE QUE COMPRAR!!! Tomara que eu não fique com a mania de comprar roupas, uma mania que eu NUNCA tive. Mas me deixou bastante satisfeito.

Tá fazendo tanto calor em São Paulo que nem sei... Tô desesperado! Detesto calor na cidade. Calor só deveria acontecer quando eu estivesse de férias em alguma praia ou piscina. E olhe lá...

Neste momento estou no ICQ com um amigo meu que vai dar uma festa na sexta-feira. Vai ser um evento... Vai ser muito bom!! Ainda mais agora que eu tenho roupas novas!


sábado, 8 de fevereiro de 2003

Olá.

Voltei do apartamento dos meus dois amigos. Amanhã é provável que eu volte lá. Minha amiga quer ser minha "personal stilist" (será que é assim que se escreve?) e mudar o jeito de me vestir. É difícil pois uso roupas brancas a maior parte do tempo (mal posso esperar para chegar ao R4, pois aí não precisarei usar mais roupas brancas no hospital, jaleco já será suficiente!!).

Isso porque ela não gostou muito do estilo de camisa que eu estava usando na quarta-feira. Disse que era moda nos anos 80!!! Aí comecei a descrever o que tinha no meu guarda-roupa e na estante de meus sapatos e ela foi ficando horrorizada... Aí ela resolveu que vai me indicar algumas roupas para comprar.

Bom, apesar de ter me dito na cara dura que eu não sei me vestir, aprecio a boa intenção de me ajudar.

E olha que é só uma amiga. Se fosse minha namorada já tava no meu quarto jogando tudo no lixo!!! Já pensou?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2003

Estava esquecendo de comentar: Passei das 3000 visitas!!! Que emoção!!! Thanks!!!!
Novamente na LAN house. A velocidade de conexão é muito viciante. Acho que vou por nos meus projetos a conexão banda larga no meu computador. É muito mais cômodo, não deve cansar e não precisa conectar depois da meia-noite... Que para mim, que gosta de dormir cedo, é um sacrifício.

Ando meio "adoentado". Dor de garganta, meio febril nos últimos dois dias. Mas hoje já me sinto bem melhor.

Estou passando no grupo de Ortopedia Pediátrica agora, é bem tranqüilo em termos de horário. Muito horário livre. Pena que eu tenha ocupado meu tempo livre dormindo, e não estudando como eu gostaria. Preciso tomar jeito...

Lembram que eu falei algo sobre o destino num post anterior (16 de janeiro de 2003) sobre alguma coisa que eu ia fazer e coisa e tal. Na verdade, não deu certo. Ia tentar ajudar uma pessoa, que precisava de ajuda ortopédica, mas pelo que me parece, a pessoa não queria ajuda, pelo menos não naquele momento. Preferi não me intrometer mais... Vai saber o que acontece na vida das pessoas, não é? As vidas são recheadas de muito mais coisas do que são escritas em blogs. Blogs são apenas relatos (muito bem filtrados) de coisas que achamos interessantes. Enfim, não foi desta vez... Quem sabe no futuro? O fato é que agora não poderei ajudar mais... Só num futuro bem mais distante...

Fora tudo isso, estou sentindo a vida um tanto quanto vazia. Mas melhora...
Preciso de festa.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2003

Teve greve de ônibus hoje em São Paulo. Isso torna a cidade um inferno. O rodízio de carros foi cancelado por causa disso. Mas eu acho que greve de metrô é ainda pior. Os ônibus não dão conta do excesso, mesmo com milhares de lotações pelas ruas.

Um dos meus melhores amigos vai fazer aniversário e combinou uma balada num lugar que eu não gosto de ir (e olha que eu já fui 3 vezes, só pra confirmar que eu não gosto MESMO!!!). Música estilo blues não me faz a cabeça. Que saco! Estou pensando se simplesmente não vou, ou se vou só por causa dele...

Ah, quase esqueci de comentar a minha tristeza porque o Hellz parou o blog dele. Justo o blog dele que era sempre o primeiro que eu lia sempre... O inspirador do meu próprio blog... Fazer o quê, o cara tá triste, meio sem saber que rumo dar na vida... Mas acho que o blog podia ajudar... Vai ver que ele cansou de TODO MUNDO ficar fazendo comentários do tipo: bola pra frente. É fácil falar quando não é seu sonho que é desfeito... Mas acho que ele ainda vai conseguir, foi um sonho apenas adiado. Não era pra ser agora, acredito no destino, ele TINHA que viver um ano como médico, se aventurando por aí, fora do nosso Hospital-escola.

É,a cho que até vai ser bom para ele. Mas espero que ele volte logo a escrever.

domingo, 2 de fevereiro de 2003

Bom, ontem foi a festa de "inauguração" do apartamento dos meus amigos (citei este fato uns dias atrás). É um amigo e uma amiga que vão dividir um apartamento.

Sabe aquela música do Legião Urbana que diz: "... festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal, não agüento mais birita..."? Pois é, foi bem assim que eu comecei a me sentir depois de certa hora.

Mas tava beeeem divertido, não posso reclamar.

Mas não me lembro do final da festa... Dormi na cama da anfitriã, e acordei às 6:15 da manhã, minha mãe ligando pro meu celular, preocupada porque eu ia dar plantão.

Ainda bem que ela ligou. Levantei, peguei o carro, fui pra casa, troquei de roupa e voltei pro Hospital (que fica muuuito perto do apartamento que eu estava). Da próxima vez vou levar uma roupa pra trabalhar no dia seguinte.

Agora estou de plantão, a dor de cabeça e o mal estar passou.

Amanhã começa o terceiro ano de residência. Serei R3! E os novos R1 começam amanhã.

sábado, 1 de fevereiro de 2003

Para quem se preocupou se eu ainda não caí em tentação e fumei, eu NÃO FUMEI!!! Estou há um mês sem fumar!!!!

Quando eu era criança, meu pai fumava. Para mim aquilo era a imagem da vida adulta e, juro, eu sempre achei, quando eu era criança, que eu fumaria quando fosse adulto, naturalmente, automaticamente. Era como se fosse obrigatório, como fazer barba, beber cerveja, trabalhar, etc etc, rituais da vida adulta.

Cresci imaginando o dia em que ia começar a fumar. Mesmo ainda quando eu não fumava eu já tinha minha marca preferida, seria Free, porque eu gostava dos comerciais que passavam na televisão ("...mas com alguma coisa em comum...").

Foi em 1992, quando eu estava no primeiro colegial, tinha mudado de escola, meus novos amigos eram quase todos fumantes, e eu comecei a "fumar". Ponho entre parênteses porque na realidade eu não fumava. Não sabia tragar, e não percebia. Meus amigos tentavam me mostrar como fazer mas eu não entendia. Até o dia em que eu realmente fumei, traguei, foi como se uma pedra tivesse batido no meio do meu peito... Deu uma tonturinha...

Experimentei diversas marcas de cigarros, mas gostei mais do Marlboro Lights, que fumei por anos. O cigarro era uma grande "muleta social". Através dele eu podia ficar matando tempo sem fazer nada por muito tempo. O cigarro me aproximava de muita gente, principalmente no colégio, em que os fumantes formavam quase que uma "sociedade" para fumar escondido no banheiro da escola.

Claro, não estava me achando mais adulto que os outros que não fumavam. E meu pai, nessa época, já tinha parado de fumar há anos.

Quando entrei na faculdade o cigarro me levou a fazer muitas das amizades que tenho até hoje. Dar e pedir cigarros para os outros, pedir isqueiros, sair do prédio juntos para fumar um cigarro e bater um papinho no intervalo das aulas... Isso une as pessoas. No internato tinha que ir fumar escondido nas escadas de incêncio do hospital com mais dois amigos. E era muito bom... Época muito boa...

Já na residência foi diferente. Eu era o único residente de ortopedia fumante. O fato de fumar era socialmente neutro, não me unia mais a ninguém. Nem menos.

Agora que estou a um mês sem fumar posso dizer: não sinto muita falta do cigarro em geral. Às vezes dá uma vontade doida de fumar, principalmente quando encontro meus amigos que fumaram comigo durante anos e eles me chamam: "vamos fumar um cigarro?". É como se eu renunciasse a um passado que eu sinto falta. É como se o encontro com o amigo não fosse completo. Mas, o controle É possível, e a vontade de fumar passa em poucos minutos, bastando pensar em outra coisa.

Um mês sem fumar. Um investimento para o futuro.