Bom, estou aqui de novo para ficar falando sobre nada. O vazio, a rotina, o tédio...
A rotina hospitalar é de matar... Não gosto disso.
Parece que a preceptoria vai fazer uma grade de R3 (que para mim vai começar em fevereiro, daqui duas semanas), com 19 grades, já ques serão 19 R3. Geralmente o que fazem são 12 grades e o número de residentes se distribuem por elas, passando muitas vezes dois residentes no mesmo estágio. Neste ano decidiram fazer diferente. Talvez seja bom, menos chance pro tédio mortal.
Mas, às vezes, penso que a rotina, o tédio, a repetição, podem ser coisas boas para mim. Ou, no mínimo, neutras. Afinal, tudo poderia ser bem pior, uma sucessão de desgraças. Eu poderia não ter a saúde que eu tenho, a família que eu tenho (protetora até demais), os amigos que eu tenho... Poderia não ter tido as oportunidades que eu tive na vida, ter chegado onde cheguei (ser residente parece ser horrível de vez em quando, mas lembro quão poucos conseguiram trilhar este mesmo caminho que eu, entrar na Faculdade de Medicina da USP na primeira tentativa, entrar na residência desejada também na primeira tentativa...).
Tudo o que eu sou hoje fui eu que escolhi. Nada me foi imposto nunca. Hoje eu sou o resultado dos meus sonhos realizados.
Porque não estou satisfeito?
Falta alguma coisa para dar sentido a tudo isso. E acho que sei o que é.
(Ah, 20 dias sem fumar)
2016
Há 8 anos
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