domingo, 6 de outubro de 2002

Tenho uma nova visitante na página, chamada Rose. Está interessada em como é a vida de um médico...

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, ser médico é ser uma pessoa como qualquer outra, mas com uma tarefa especial: tratar de outras pessoas. As emoções que se passa nesta profissão não são exatamente uma delícia de serem experimentadas, como numa montanha russa. Existe a vida de alguém dependendo de você. Você sempre tem que dar o melhor de si. Porque é outra pessoa, outro ser humano quem vai receber sua ajuda.

Mas como disse no começo, um médico é uma pessoa como outra qualquer. Precisa dormir, precisa descansar, se divertir, precisa comer, precisa ter amores, precisa ter amigos, precisa de banho, roupas, cabelos penteados e unhas cortadas. Precisa de férias, precisa estudar, precisa de academia, precisa parar de fumar, precisa beber um pouquinho, precisa fugir do trânsito, precisa se proteger de assaltos... Todas essas coisas.

Ah, médicos não são perfeitos. Às vezes falham, como qualquer profissional. Como qualquer ser humano. Mas aí o erro pode ser bem grave, porque pode por outra vida em risco... Mas não deixa de ser um erro humano como outro qualquer... Mas traz mais stress...

Médicos têm famílias e não podem se dedicar a elas... Muitas vezes porque trabalham em vários lugares diferentes, em diferentes lugares... Isso porque os médicos ganham mal, comparando com a responsabilidade e o conhecimento que precisam ter, os anos de estudo, as constantes (e necessárias) atualizações...

Mas nem tudo é horrível... Às vezes encontro pacientes que antes mesmo de reclamarem suas dores para mim, me dão um largo Bom Dia!!! Sorriem... Entendem... Pequenas crianças que me dizem que querem ser médicas quando crescer... Pacientes que me contam mais do que suas dores físicas, e sim suas dores da alma, suas saudades da família enquanto internados... Pacientes do ambulatório que dizem ter melhorado muuuuito depois da cirurgia... Pessoas que elogiam o hospital em que eu trabalho (após eu tê-las atendido!).

É gratificante, sim, como qualquer profissão para quem realmente gosta do que faz.
E não me imagino fazendo outra coisa.

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